quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

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fotographia by adriane in Olhares.com


"Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira a entreter a razão,
Esse comboio de corda
que se chama o coração."

Fernando Pessoa

Hoje acordei a pensar neste poema... absolutamente fantástico na minha humilde opinião... Não sou poeta nem pretendo ser... escrevo o que sinto como o sinto e da forma que mais me aprazer. em poema ou em prosa, num ensaio ou simplesmente em frases soltas é a escrever que descrevo o que me vai na alma.
"Mais do que um guia o farol é um ponto de partida"
aminhasombra.blogspot.com

3 comentários:

Dark-me disse...

E fazes mto bem!! E assim deves continuar sempre!

Boa escolha!

Dark kiss

Cöllybry disse...

Todos somos um pouco poetas,e fingidores...Sempre gartificante ler O mestre da Poesia...

Doc meu beijo

Susana Júlio disse...

E quando se parte a corda...o poeta brinca com o quê? Quando parte a sua sombra a sua alma sonha com o quê?! Quando perde a sua fé o poeta acredita no quê?! Provavelmente nunca o soube e nunca acreditou em nada pois o centro da sua alma é a elipse do vazio onde se absorve tudo o que a complementa.
Mas é um belo e fantástico poema sem dúvida...será sempre!